27 de set. de 2008

Crazy, Quilt, Patch

CRAZY QUILT PATCH


Um dos trabalhos que mais me impressionaram em minhas "andanças" pela Internet em todos esses anos, foi o trabalho encontrado no album Flickr de IZA MG. Eu me emociono cada vez que olho para esses detalhes. Veja mais em:



http://www.flickr.com/photos/izapatch/


com pérolas

com fitas
com crochê
com vitrilhos
com botões


Crazy Patch - A criatividade da mulher


Na Filadelfia, em 1876 para comemorar o centenário da independência
americana foi realizada uma
Exposição Centenária da Filadélfia.

Esta exposição foi um marco na evolução das artes e industria.
Uma feira internacional, que contou com a participação de vários países, e deu início à modernidade, com a apresentação de várias novidades como o telefone de Grahan Bell, a Máquina de escrever de Remington, entre outras.

Mas, para nós mulheres, esta feira foi um passo a mais na luta pela
emancipação feminina.

Foi a primeira feira mundial que teve um pavilhão especial para mulheres, com ênfase para as artes e ciências.

Várias técnicas e novidades de trabalhos manuais foram apresentadas, principalmente os bordados, que influenciaram a criação de novos estilos de patchwork e quilt.

A Inglaterra vivia seu período de glória. Governada pela Rainha Vitória,
cujo estilo de vida baseado na "virtude", "modéstia" e "respeitabilidade"
era copiado por todos.

Nesta época austera, usavam-se poucas jóias, a vida na corte devia ser
mais "recatada" e, às mulheres, burguesas ou não, cabiam apenas as
atividades de "dona de casa".

As artes manuais adentraram os lares, tornando-se parte do universo feminino.

Mas ao mesmo tempo em que se impunha autoridade, com vestidos mais
simples, penteados recatados, menos brilho, as mulheres sentiam
necessidade de "enriquecer" e "alegrar", sem opulência, as roupas,
ornamentos, objetos de decoração, etc.

Deu-se início a utilização de tecidos nobres como sedas e veludos em detalhes, bolsas, ornamentos para o cabelo, tudo misturado com bordados e enfeites.

A "Chatelaine" (espécie de cinto colocado no pescoço, algumas vezes
usada na altura da cintura, onde eram pendurados vários objetos
necessários a atividade doméstica, como agulha, tesourinha, bolsinhas
para moedas, lápis, etc.) era a jóia mais utilizada na Era Vitoriana.

Para as nobre havia "chatelaines" de ouro e prata, e para quem não era nobre, couro ou tecidos que eram enriquecidos com bordados.

Além das "chatelaines" os "hussifs"(porta apetrechos) também eram uma
"ferramenta" importante para a vida doméstica.
Na feira da Filadélfia, as japonesas apresentaram ao mundo seus leques, kimonos e outros trabalhos artísticos que misturavam sedas, veludos e ricos bordados.

Foi nesse período que o crazy patch começou sua evolução.Utilizando a criatividade feminina aliada ao conhecimento de outras artes, surgiram os trabalhos de crazy para "burlar" os padrões de austeridade impostos pelo estilo vitoriano.

Os crazy patch são trabalhos que utilizam pedaços de tecidos nobres
como seda, veludo, cetim, tafetás, etc., costurados de forma não
convencional em uma base, onde depois são agregados bordados feitos
com diferentes fios, rendas, fitas, botões, pequenos enfeites, enfim, o
que a sua imaginação permitir para ornamentar e enriquecer o trabalho.

Os trabalhos de crazy poder ser realizados à mão ou â máquina.

A partir da união de blocos de crazy patch surgiram os chammados crazy
quilts.

A característica principal deste trabalho artístico é a riqueza de
materiais e os detalhes que retratam a ingenuidade e a delicadeza
feminina.

O nome crazy (maluco) pode estar relacionado à disposição
nada eclética dos pedaços irregulares de tecidos.

Não há ordem, seja para os tipos de tecidos, enfeites, e formas costuradas.

O Crazy Patch me faz lembrar a incrível capacidade de transformação da mulher.

Não importa se você é uma dona de casa ou uma executiva, mas sim, em como ela exerce essa atividade, ou seja, em como esta mulher consegue melhorar e harmonizar o seu mundo e das pessoas que fizeram parte dele, juntando um pedaço aqui, amoldando uma experiência ali, acrescentando um sorriso, uma palavra amiga, enfeitando tudo com muita feminilidade e delicadeza. Sem imposição.
Apenas sendo mulher, com força, coragem, criatividade.



Fonte- http://www.pat.patches.nom.br/retalhos/artigos/crazy.htm



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